Nesta quinta-feira (11), Maurício Neves Fonseca, auditor e relator do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no caso que investiga a denúncia de injúria racial contra Índio Ramírez, decidiu em arquivar o processo. Por certo, Gerson, do Flamengo, acusa o colombiano do Bahia por racismo durante o duelo Flamengo x Bahia, pela 26ª rodada do Brasileirão. De acordo com Maurício, nenhuma das testemunhas afirmaram terem ouvido palavras de cunho racista.
Dentre as testemunhas ouvidas, estão: Flávio Rodrigues de Souza, árbitro do jogo, seus auxiliares de arbitragem, Mano Menezes, técnico do Bahia, e o delegado da partida. Além disso, nem as testemunhas indicadas por Gerson, Bruno Henrique e Natan, do Flamengo, não ouviram a injúria. A saber, o meia do Fla acusa Índio Ramírez de ter proferido a seguinte frase: “cala a boca, negro”. Para o arquivamento, o relator também levou em consideração imagens e áudios da partida. Entretanto, nenhum desses materiais comprovaram o momento em que Ramírez diz palavras de cunho racista.
Confira trechos da decisão de Maurício Neves Fonseca:
“Para que seja caracterizada a existência de infração disciplinar e determinada a sua autoria, é necessário que venham aos autos elementos que comprovem os fatos e sua materialidade, para ser reconhecida a justa causa, cujo requisito é obrigatório para deflagrar um processo disciplinar desportivo”.
Leia mais: Veja quanto o Bayern faturou com o título do Mundial; Palmeiras também foi premiado
“No caso em apreço, temos apenas a palavra isolada do atleta Gerson, que embora tenha sido levada em consideração por este Colendo STJD, tanto que houve a instauração do presente inquérito, ela, por si só, não autoriza o oferecimento de denúncia, eis que desprovida de provas”, finalizou o relator.
Vale ressaltar que o Bahia não fechou os olhos para o caso. Logo após o acontecimento, o clube afastou o jogador. Não apenas isso, como também criou medidas para que isso não aconteça. Veja todas as seis medidas impostas pelo Bahia, após o caso Gerson.
- 1. Inclusão de cláusula anti-racista, xenofóbica e homofóbica no contrato dos atletas.
- 2. Proposta de criação de protocolo antidiscriminatório para jogos de futebol no Brasil.
- 3. Implantação do projeto “Dedo na Ferida” para o elenco na pré-temporada. Não haverá jogador ou jogadora que vista a camisa do Bahia sem que tenha antes a oportunidade de obter acesso a uma imersão sobre racismo estrutural.
- 4. Encaminhamento junto à mesa do Conselho Deliberativo do clube para incorporação de cotas raciais nas próximas eleições.
- 5. Inclusão de espaço no Museu do Bahia dedicado ao combate e debate do racismo, xenofobia, sexismo e LGBTfobia e demais formas de intolerância.
- 6. Apoio ao projeto de lei que Cria o Dia Nacional Da Luta Contra o Racismo no Futebol
Leia mais: Emerson Sheik: “Tem gente de olho no Gignac”
Assim, Ramírez segue como opção no Bahia. Porém, o colombiano deve se recuperar de lesão. Decerto, o jogador está no departamento médico. Afinal, passou por um artroscopia. Gerson, por sua vez, também acionou a Justiça comum. Desse modo, ainda pode ganhar o processo. Sem Ramírez, o próximo desafio do Bahia será contra o Atlético-MG. O duelo acontece no sábado (13). Enquanto isso, o Flamengo, de Gerson, joga diante do Corinthians. Fla x Timão acontece no domingo (14).

Fundador e coordenador de marketing do Shaftscore. Apaixonado por esportes, futebol e apostas resolveu criar o ShaftScore para aumentar as chances de lucros dos usuários nas apostas esportivas através de bons estudos e estatísticas esportivas.